terça-feira, junho 07, 2016

Permanências

As vezes você pinta como um pincel. Faz cócegas nos meus pés, cutuca com a ponta da haste meu peito e faz desenho no ar. A gente senta na mesa de sinuca, meus pés flutuam e balançam. Você olha em frente sem mira. Eu miro teu nariz empinado. A gente se encontra não se encontra. É tudo uma ilusão.

Tem vezes que você surge como mão. Pega um balde e joga a tinta no piso. Escorrego e caio de cara. Mergulha os dedos nas cores e joga em mim, me cega com tinta nos olhos. Eu choro de todas as cores. Fazemos uma lambança só.

Tem vezes que hiatos. hiatos. hiatos.

A verdade é que você nunca foi embora.

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