segunda-feira, janeiro 04, 2016

Valencianas

O encontro do erudito com o popular é um troço que vai lá no âmago do meu peito e causa uma inquietude e vontade de desvendar o que, pra mim, não se desvenda, por mais detalhadas que sejam as explicações sobre regras, técnicas, métricas, velocidade, ritmo ou rimas: é feito pra sentir. É música, é alma. 

Valencianas, disco de Alceu em parceria com a Orquestra Ouro Preto, é o exemplo disso. Um belo recorte de seu trabalho adaptado pra um concerto. Sim, Alceu Valença e música clássica, quem diria? Tudo junto e misturado sem deixar de lado a responsabilidade em não perder a essência popular pernambucana, principal característica de sua trajetória musical. Parece muita informação, eu sei, mas não é. É certeiro e sorrateiro.

É suave ao mesmo tempo que é cortante. E tem gosto doce ao passo que é travoso feito a carne de caju que ele tanto canta. Sim, sou suspeita, essa mistura me ganha desde que ouvi Quinteto Armorial pela primeira vez e fiquei atônita por horas tentando entender a imensidão daquilo tudo. 

Quantos mundos cabem naquelas canções? E nessas? Onde estou e pra onde elas me levam a partir de agora? 

Não sei. Só sei que enquanto houver música em mim, a vida segue cheia de esperança!






2 comentários:

Duda disse...

Uau! Parece que essa música foi feita por anjos! E é muito você, mocinha... sublime e saltitante. carnavalesca e caseira. Doce e travessa, uma mistura pra lá de perfeita. Cade você, Aninha?!?!! Apareça!

Beijos, Duda.

Anette Alencar disse...

!!! que belo! Que bom você! estou aqui: sublime e saltitante, carnavalesca e caseira. Bingo!