sexta-feira, abril 30, 2010

sobre endereços e cartas

Pessoas escrevem o que nem sabem, e, sem saber, continuam escrevendo. Juntando fonemas. Espremendo,colhendo,catando,por vezes inventando amor, afeto ou qualquer outro sentir materializado dentro de um papel. Um, dois, cinco. Folhas inteiras preenchidas de letras.A madrugada e a bebedeira passam. Muitas vezes nem tem bebedeira, só a loucura ou a perfeita sanidade. No outro dia o papel é rasgado. Isso acontece com a tal da Clara, da Joana,da Maria e até com o tal. Comigo não. Eu remeto, remeto sempre. Mas é preciso admitir, a pessoa que recebe corre o risco de ler excessos, de ler momentos. As vezes crio caso e histórias se elas por ventura ou aventura não existirem. Nem sei quantas vezes as palavras me conduziram e não eu a elas. Tenho necessidade disso, essa é a água que mata minha sede. E eu nem me importo com a repercussão que pode causar. Eu gosto que achem a mais ou a menos. Pra mim, a dúvida e o mistério moram na carta remetida, no bilhete enviado e não o contrário. E também, como é bom depois de anos poder pegar naquele papelzinho novamente e sentir um calor por dentro, um incomodo que elevará o pensamento por instantes que podem até durar um dia inteiro. Certa vez, depois de ter mandado uma dessas coisas que a gente escreve com medo de entregar, deixei claro logo depois do retorno:
"Queria ser a dona do acervo do mundo das coisas não remetidas. Imagine só a danação: cartas de amor,de ódio, desculpas e declarações, em várias linguas diferentes, com várias assinaturas distintas,letras opostas, cores de tinta e a força da mão no papel: uma leve, outra cruel."


Eu queria ser dona desse acervo o qual não faço parte.

quinta-feira, abril 29, 2010

fragmento de um todo

(...) e começa com o ingênuo apoio de uma perna na outra. Para dar continuidade, os braços fazem laço apertado, folgando de vez enquando, trazendo a noção de movimento e presença - eu tou aqui - A luz azul da Tv, sem que ninguém diga, vira programação secundária, mas é nela que a gente se assegura em ter uma razão para estar ali. As vezes usamos de mais coisas: Pipoca, chocolates, líquidos, filmes. Quanto mais coisa, mais o tempo é usado com desculpas. A aflição começa a aparecer junto com o rosto fugindo, fingido por tanta coisa e coisa alguma. Ou pelo rosto fingido, fugindo por tanta... A gente não percebe, mas de fora, pode-se notar a respiração forte percorrendo o pescoço com cheiro bom, dedos descobrindo costas por baixo do pano e o drible dos olhos. Os cabelos longos e emaranhados dificultam o recuo com o ombro e logo o desespero interno: Um correr não concreto.

sexta-feira, abril 23, 2010

sem título


É que tudo é sempre por um triz. Parece estranho, mas por vezes, eu bem que gosto dos nadas...

carla alencar

quinta-feira, abril 22, 2010

Vacina H1N1

O capeta entubado deslizando venenosamente pelo meu braço.

só pra descontrair (Fila do posto de saúde)

Mulher- 'ô moça, onde fica o final da fila?
carlinha (depois de uma breve olhada para o final) - "Err.. no final da fila"
mulher - "É, né? (riso sem graça)

sábado, abril 17, 2010

Impulso e reação

Essa semana, um amigo tava me dando aula sobre impulso e reação. É que eu tenho um pouco de problema em ser pega de surpresa (feliz ou triste) e fico sem saber como reagir. Bom, ele disse que o impulso é inevitável, mas que a reação pós susto pode ser controlada ou feita da forma certa. Eu fiquei sem entender pois se levei um susto, foi por justamennte não ser acostumada com aquilo, então, como fazer? Ele disse que precisa de uma auto-análise, usar os pensamentos de antes de dormir para isso, criando situações e saber como sair delas. Mais produtivo que ficar pensando em paixonites. Eu achei válido... Mas ai ele me pegou sem reação de novo, afinal, não sei qual a forma certa de reagir, aliás, existe fórmula certa? Ele me explicou que segundo alguém que ele estuda (que me escapou da memória agora), com o tempo, até o impulso pode ser controlado.

Pois é, pensando nesses pensamentos, percebi que sou o contrário disso. Consigo controlar o impulso e a reação fica toda doida.

é assim: impulso, de tão louco, fica no zero. E depois reação, reação, reação, reação. Quase sempre com mil falhas.

Acho que ainda preciso de muitas auto análises antes do sono pra aprender essas coisas,né?

sexta-feira, abril 16, 2010

alegria é isso!

Open bar da skol beats e todos estavam trajando branco.

Carlinha- Eita, tá atrás de tu!
T- onde?
carlinha - De branco,po!
T- E tá com uma skol beats na mão,né?
carlinha - ISSO!

hahahahahahahaha

quarta-feira, abril 14, 2010

Quanto mais merchan, menos merchan!

Eu tava aqui pensando: não é novidade que os programas de televisão e os apresentadores tiram a maior parte da renda com os merchandising. Ok, mas tem alguns que exageram! Cardinot, por exemplo, faz em média 15 merchans por programa. Tudo bem que o público dele vai continuar fiel e comprando no super mercado arco-íris de todo jeito, mas há limites. Nem todos tem o prestígio que ele. (nunca pensei que fosse colocar prestígio e cardinot no mesmo texto, mas é isso mesmo! o cidadão tem um prestígio que poucos tem. Já soube de vezes que os bandidos chegaram, chorando, se entregando pra ele (e não pra polícia)). Enfim, isso é pra quem pode,né? Antes que eu mude o titulo do post para Cardinot,voltemos ao foco: O fato é que se o programa tem anunciantes demais, o público começa a mudar de canal e a audiência cai. Dessa forma, com a pouca audiência, os produtos começam a sair do programa.

Então, qual a fórmula?

terça-feira, abril 13, 2010

[...]

(...) na verdade, foi feliz. A gente ficou horas em silêncio, só aproveitando alguma coisa que eu nem sei o nome. Vocês me entendem? Com o perdão de vocês, toda culpa se torna um fardo tão leve, tão leve, de forma que eu possa dizer que foi o melhor aniversário dos últimos anos. Por tudo. Por cada coisa.




'Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato outra — talvez por isso, quem sabe? Mas nenhum se perguntou. Não chegaram a usar palavras como "especial", "diferente" ou qualquer coisa assim. Apesar de, sem efusões, terem se reconhecido no primeiro segundo do primeiro minuto. Acontece porém que não tinham preparo algum para dar nome às emoções, nem mesmo para tentar entendê-las'. Caio f. Abreu

quinta-feira, abril 08, 2010

Volver

Ontem eu tive a certeza do que realmente significa isso. No último segundo do último minuto, abri um e-mail que nem uso, e lá estava! Palavras juntas, várias delas, querendo me fazer voltar ao banquinho e ao cheiro daquilo tudo, daquela paz e calmaria. Daquela coisa que lembra amor sem ser. Encanto, garganta. Uma semente bem cuidada.

O título do e-mail era "volver".

Pessoas retornam em épocas distintas, outras nem chegam a voltar. Então quando isso acontece, quando é possível se encontrar ao mesmo tempo, fazendo daquele banquinho o nosso telefone: a viagem acontece. Tão natural, tão leve. Que consigo ouvir o barulho da chuva, fininha, lá dentro
(já que fora não chovia).

E isso me fez lembrar saudade. A minha saudade anda diferente. Sempre tive saudade de coisas que não vivi, pior, de coisas que ainda vou viver, dos filhos que ainda nem tenho. Saudade do momento presente.

É assim: Tou vivendo alguma coisa nesse segundo que é tão boa, mas tão boa que já fico com saudade durante. Sempre foi assim, meio melancolia.

Agora mudou um pouco de sentido, virou coisa absurdamente boa. Virou dia a dia, eu sinto necessidade de sentir saudade. E é tanta gente e coisa e hora e tempo que vira um misto. Um misto quente, quentinho e gostoso. Eu não banalizei, apenas transferi de nome. Tou pra inventar uma nova palavra que signifique essa saudade convencional de tudo que fica daquilo que não ficou. Foi a maneira que achei de fazer de uma coisa que nem sempre é boa, feliz. Apenas feliz.

Minha vontade também é de inventar outra palavra para amor, mas ai já é conversa pra outro post!

Bom, por vez, saudade virou sentido, turbina e esperança.


segunda-feira, abril 05, 2010

Pra não perder o tom do afeto em palavra

Então fica combinado assim: Entre tantos combinados, eu sou o responsável por escrever sobre o não falável.

Sobre os entres, entrelinhas.

Os segredos e afins de uma estória que não aconteceu e nem vai.
Não vai para o mundo e nem pra você e nem pra mim.
Em mim, por mim. Talvez.

Tal
vez eu possa vir aqui, quem sabe, falar sobre o peso do teu braço e do teu sorriso.



A força de tua perna
E os olhos bem encaixados sustentando o firme arqueado

Os olhos que.

- É que tem rio fundo nele. Caminhos, ensejo quase vadio de mergulhar olho adentro, afora dos meus. Quase susto em um quase assalto. - que passa.

Eu também vim lembrar sobre os cinco minutos de abraço, o cheiro, a lua, carinho, a pele, respiração e a hora do tchau.

Hora que oscila entre bendita e maledita hora.

Vim falar sob, sub, sobre.

Sobre você.